terça-feira, 18 de maio de 2010

A Clarice enviou um fragmento de um conto da outra, Clarice! E este a digestão se faz necessária ainda mais lenta..e vai valendo a pena fazê-la...

"E eis que não entendo o ovo. Só entendo ovo quebrado: quebro-o na frigideira. É deste modo indireto que me ofereço à existência do ovo: meu sacrifício é reduzir-me à minha vida pessoal. Fiz do meu prazer e da minha dor o meu destino disfarçado. E ter apenas a própria vida é, para quem já viu o ovo, um sacrifício. Como aqueles que, no convento, varrem o chão e lavam a roupa, servindo sem a glória de função maior, meu trabalho é o de viver meus prazeres e as minhas dores. É necessário que eu tenha a modéstia de viver."

Clarice Lispector- O ovo e a galinha -Felicidade Clandestina

6 maio 2010

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