'Um mestre do verso, de olhar destemido
Disse uma vez, com certa ironia:
“Se lágrima fosse de pedra,
Eu choraria.”
E eu, Boca, como sempre perdido,
Bêbado de sambas e tantos sonhos
Choro a lágrima comum
Que todos choram
Embora não tenha, nessas horas,
Saudade do passado, remorso
Ou mágoas menores,
Meu choro, Boca,
Dolente, por questão de estilo,
É chula quase raiada,
Solo espontâneo e rude
De um samba nunca terminado
Um rio de murmúrios da memória
De meus olhos, e quando aflora
Serve, antes de tudo,
Para aliviar o peso das palavras
Que ninguém é de pedra.'
Bebadosamba
Amo esse trecho! Amo sem fim. Já ouvi repetidas vezes no fone de ouvido, fazendo caminhada por ai. Beijos, Raq. Saudades.
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