domingo, 27 de novembro de 2011

Mulher Segundo Meu Pai
Itamar Assumpção

Bem que meu pai me avisou
Homem não sabe, mulher
Falou que seu pai, meu avô
Mulher é o que Deus quiser
às vezes quer uma flor
às vezes só um cafuné

Precisa de muito amor, haja amor
Pra sempre carinho quer
Segundo meu pai
Mulher costuma muito chorar
Suspira pelo que quer a mulher
Mania tem de sangrar

Entrega-se na colher
A quem não vai se entregar
Meu pai falou que mulher,
A mulher deve ter parte com o mar

Bem que meu pai me avisou
Homem não sabe, mulher
Falou que seu pai, meu avô
Mulher é o que Deus quiser
às vezes quer uma flor
às vezes só um cafuné
Precisa de muito amor, haja amor
Pra sempre carinho quer
Segundo meu pai
Mulher costuma muito chorar
Suspira pelo que quer a mulher
Mania tem de sangrar

Entrega-se na colher
A quem não vai se entregar
Meu pai falou que mulher,
A mulher deve ter parte com o mar

domingo, 20 de novembro de 2011

e mais...

"Não iria mais em busca dele.
Enfim ela tomou-se do que fazer.
Era uma decisão aceitada vinda do outro.
Porque a repelia com violência docilizada.
Isso fazia doer mais. Porque era intensão encoberta: só para ele, porque estava tudo ali.
Lido em seus discursos atravessados de um desejo de não poder pegar pra si o que queria.
Ele falseava atitudes porque achava bonito ser livre.
Mas ela não conseguia ver nele essa liberdade.
Ela entendia de outra liberdade. O que gritava era uma querência de mais em menos. Mas podia estar toda errada. Podia mesmo. Ela caíra no esquecimento dos corpos e o que fora dito em movimento se silenciou. Em fim."

Criações sobre o efeito da dor...Layá...

O QUE FICOU

era possível que daria nisso
mas ela só saberia indo.
e foi, e viu.
era fazer doer
era uma intensão vista.

Ela se afastaria com propósito de querer-se
e isso lhe bastava agora.

Um ponto de fim
uma peça acabada: serás sem mim.

sábado, 19 de novembro de 2011

"e pra onde vai o acúmulo das coisas caladas..."

do Espetáculo "Sonhos para vestir"

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Fídias que mostrou esse fragmento...e é lindo...

‎"Ele escreve versos! Apontou o filho, como se entregasse criminoso na esquadra. O médico levantou os olhos, por cima das lentes, com o esforço de alpinista em topo de montanha. - Há antecedentes na família? [...] Olhos baixos, o médico escutou tudo, sem deixar de escrevinhar num papel. Aviava já a receita para poupança do tempo. Com enfado, o clínico se dirigiu ao menino: - Dói-te alguma coisa? - Dói-me a vida, doutor. O doutor suspendeu a escrita. [...] O médico voltou a erguer os olhos e a enfrentar o miúdo: - E o que fazes quando te assaltam essas dores? - O que melhor sei fazer, excelência. - E o que é? - É sonhar. "

Mia Couto- O menino que escrevia versos- O fio das miçangas

Beijo Sem

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

"Dificilmente se arranca
a lembrança
a lembrança
a lembrança
a lembrança
por isso da primeira vez dói,
por isso não se esqueça dói..."

da música Crua-
Otto