quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Escreví isso há um tempo...mas hoje, depois de assistir "Simplesmente eu, Clarice Lispector" no teatro, me veio, como quando contacto quaquer arte...

"A arte me perde
sabe, assim perder
de ser mesmo, de pensar no que tá fazendo por aqui
pela terra, pelo mundo...
Me perde pela beleza, pela delicadeza,
pela função que a arte tem de tocar...
e toca mesmo
me toca ao ponto de me perder
e ter a sensação de paralizar, e ficar ali
contemplando aquela beleza, ouvindo, lendo
e pensando por que não fazer parte dela ou
como fazer parte...
como fazer arte
como tocar...fazer sentir assim, como sinto
e me entrego e me paraliso diante do belo,
daquilo que toca
das tentativas de transformar sensações,
sentimentos, pensamentos, idéias
em música, teatro, pinturas, danças, filmes...
ações..
É...Ações que me fazem paralisar
contradição...ação
e assim vou...e sonho e penso e quero sempre
fazer/ser mil coisas...
e fico aí
tô aqui..."

e como vale a pena assistir, ouvir, sentir esse espetáculo...

Para Anderson

3 comentários:

  1. Huuuummm essa questão da arte caminha muito pelos abismos da subjetividade, mas eu prefiro fazê-la simples, tudo o que me toca profundamente e me parece belo, mesmo que seja, feio, bizarro ou triste, pra mim é arte.
    Sabe, acho que perdi um pouco do interesse em ver a peça, por mais bela que ela tenha sido, porque a relação que mantenho com os textos da Clarice é de uma intimidade tão grande e difícil de ser entendida por outras pessoas - até porque não falo dessa intimidade pra ninguém :P - que eu pensei que se visse os textos dela por outra pessoa meio que estragaria alguma coisa huahuahuahau...pode ser bobagem, mas eu preferi não arriscar.

    Bjim

    ResponderExcluir
  2. E esse texto é arte. Me toca. Me dá saudades de você. Lindo dimais menina.

    ResponderExcluir
  3. E vc não sabe que escreví isso na época do Jequitinhonha!! que bom que toca...tem você aí...você fez e faz parte dessa minha sensação da arte...
    saudade too...

    ResponderExcluir